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Como usar o filme Triângulo da tristeza na redação?
“Triângulo da Tristeza” é um filme de 2022, do diretor sueco Ruben Östlund, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes. Candidato ao Oscar 2023 nas categorias de melhor filme, melhor direção e melhor roteiro original, não venceu nenhuma delas, mas promoveu muitas reflexões sobre os temas abordados. O filme é dividido em três atos: no primeiro, conhecemos o casal de modelos Carl e Yaya; no segundo, eles se juntam, como influenciadores digitais, a um grupo de super-ricos em um cruzeiro num iate de luxo; no terceiro, após o naufrágio da embarcação, os sobreviventes, ricos e pobres, têm de se virar em uma ilha deserta, onde a hierarquia social dominante acaba sendo invertida.
O filme começa com Carl participando de uma seleção de modelos promovida por uma agência de publicidade, em que um monte de garotos sem camisa exibe suas competências estéticas para avaliadores. Em seguida, Carl está com sua namorada Yaya em um restaurante, onde começam a discutir sobre quem paga a conta. Um debate sobre igualdade de gênero tem início, deixando clara, mais que isso, a tensão na tentativa de exercício de poder de um sobre o outro. Ela é mais famosa que ele, ganha mais que ele e, como influenciadora digital, tem direito a benefícios dos quais ele desfruta apenas por estar com ela.
Um desses benefícios é o convite para um cruzeiro em um iate povoado de super-ricos. Ali, confrontados com bilionários de todas as procedências, como o dócil casal de idosos fabricantes de armas e o dono de uma indústria de fertilizantes, eles percebem que o poder que possuem é tão frágil quanto sua fama virtual. O capitão do iate, um socialista americano desiludido com o mundo e seu papel nele, servindo àqueles que considera capitalistas opressores, trava inesperada amizade com o industrial russo capitalista (“Eu vendo merda”, diz este último a certa altura), o que dá origem a um diálogo repleto de citações que vão de Karl Marx a Noam Chomsky e John Kennedy. Enquanto os dois se embebedam, o barco começa a afundar. Uma sequência escatológica mostra os super-ricos vomitando e chafurdando em excrementos, numa alusão chocante à sua própria podridão.
No ato seguinte, os sobreviventes do naufrágio acabam em uma ilha deserta, onde suas posições sociais anteriormente válidas já não fazem mais sentido. Neste novo cenário, a trabalhadora filipina Abigail assume a posição de liderança. Única capaz de pescar e cozinhar, ela detém o poder sobre o meio de sobrevivência do grupo e se coloca no topo da hierarquia. Ela é a única que dorme (acompanhada do modelo Carl, que troca Yaya por Abigail) numa cabine encontrada na areia, a que decide quem come e quando come, a que define quem realiza cada tarefa. De oprimida, corrompida pelo poder, Abigail passa a opressora. E fará tudo para que permaneçam ali naquela ilha, onde seus privilégios serão mantidos.
Como se pode notar, várias questões são abordadas pelo diretor Ruben Östlund, como corrupção, relações de poder, influência digital, opressão, capitalismo x socialismo e abismo social. Vejamos um parágrafo argumentativo utilizando um dos recortes possíveis do filme:
Exemplo:
Nesse viés, fica claro que a manutenção da desigualdade social pode ser vista como de interesse dos grandes detentores do poder. Essa é uma discussão sugerida pelo diretor sueco Ruben Östlund em seu filme “Triângulo da Tristeza”, que faz uma crítica às estruturas de dominação. Na obra, um iate cheio de pessoas super-ricas afunda, e os náufragos têm de lutar por sua sobrevivência em uma ilha deserta. Quem assume a posição superior nessa nova hierarquia é uma humilde trabalhadora do barco, a única capaz de pescar e cozinhar para alimentar os demais. Uma vez detentora dos meios de produção, ela é quem passa a ditar as regras, oprimindo os demais. Dessa forma, pode-se traçar um paralelo com nossa sociedade, onde quem detém o poder estabelece uma relação de dominação, frequentemente oprimindo aqueles em posição inferior na pirâmide social.
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