E-book 50 alusões para usar na redação

Mais um lançamento imperdível do Mago da Redação: o e-book 50 alusões para usar na redação!

As alusões literárias, cinematográficas e históricas são recursos argumentativos poderosos, capazes de enriquecer e sofisticar ainda mais as reflexões em seus textos.

Neste e-book, você encontrará 20 alusões literárias, 15 alusões históricas e 15 alusões cinematográficas, todas elas cuidadosamente explicadas e acompanhadas de exemplos práticos para facilitar o seu entendimento.

Investimento: R$75,00 ou 3X

Exemplo de alusão literária: 1984, de Georgell

“1984” é uma obra-prima da ficção do século XX e um livro que merece ser lido por todos. Ele faz uma reflexão profunda a respeito dos riscos e das mazelas dos governos totalitários de qualquer matiz ideológico. Escrito na década de 1940, em plena emersão dos regimes autocráticos ao redor do mundo, 1984 desenha um mundo distópico (um futuro terrível para a humanidade) em que o globo se divide em apenas três imensos territórios; o personagem principal, Winston Smith, reside na Oceania, na região onde no passado havia sido a Grã-Bretanha. Lá, os habitantes experimentam um regime ditatorial marcado pela vigilância governamental onipresente e pela manipulação da imprensa e da História.

            O território é governado pelo Grande Irmão, uma figura masculina forte, cuja imagem jamais envelhece. Ele é praticamente adorado, compulsoriamente, pelos habitantes da Oceania, estando presente em todos os lugares: em cada casa, em cada cômodo, há uma tela em que sua imagem se projeta dia e noite e pela qual os agentes do governo esquadrinham cada passo da vida das pessoas, controlando desde a atividade sexual até os hábitos mais simples de todos. “O Grande Irmão está te observando” é um lema geral (Não sei se você percebeu, mas, em inglês, o nome do líder é “Big Brother”. Foi da vigilância prevista no livro que nasceu o programa de TV que se repete todos os anos na Rede Globo).

            Para melhor controlar a população, além da vigilância, outras estratégias são usadas: a Oceania está sempre em guerra com os outros dois países, de modo que a atenção do povo se volta a um inimigo externo que deve ser combatido e os recursos são drenados para o conflito, não sobrando o suficiente para prover educação ou outros supostos direitos. Ao mesmo tempo, espalham-se notícias de uma conspiração, liderada por Emmanuel Goldstein, uma pessoa que ninguém jamais viu na vida (na verdade, um inimigo inventado para direcionar o ódio coletivo). Qualquer um que demonstrasse desejo de conhecer as ideias de Goldstein era torturado, ironicamente, pelo “Ministério do Amor”, responsável por fazer todos amarem o Grande Irmão.

            O emprego de Winston deslinda um dos pontos mais interessantes da narrativa: ele trabalha no Ministério da Verdade, no qual é responsável por editar e modificar notícias, textos e livros históricos em favor das ideias do regime vigente. Era um entendimento fundamental do governo que controlar o passado seria uma das chaves para dominar o presente; assim, o revisionismo de todas as obras era uma importante tarefa a que se dedicavam diversos funcionários. Dessa forma, não havia notícias contrárias ao Grande Irmão nem qualquer evidência ou opinião que pudesse colocar em questão sua autoridade e poder.

            Já dá para perceber que esse livro pode ser usado para discutir muitas coisas, não é? Temas como “Fake News”, “autoritarismo” ou “liberdade de expressão” podem ser pensados a partir do romance de Orwell. Vejamos, então, um parágrafo argumentativo sobre o último desses três recortes:

            Exemplo:

 

            Em primeira análise, a limitação da liberdade de expressão favorece as estruturas totalitárias de poder. Essa questão foi muito bem desenvolvida por George Orwell em seu romance “1984”, no qual há um governo centralizador e autoritário que não mede esforços para a manutenção do seu domínio. Entre outras estratégias, os líderes impedem que qualquer expressão contrária ao regime seja exposta na televisão, na mídia impressa ou mesmo em conversas entre as pessoas, tornando inviável a organização da população para se contrapor a quem está no poder. Dessa maneira, pode-se fazer um paralelo com a realidade atual: quando a expressão individual ou da imprensa é atacada, ocorre a fragilização da possibilidade de oposição, fortalecendo formas de governo pouco democráticas.

Exemplo de alusão histórica: Escravidão

O tráfico atlântico praticado pelos portugueses instituiu uma nova forma de escravidão a partir do século XVI: transformou pessoas em fonte de lucro (em grande quantidade) – anteriormente, nas mais diversas sociedades, os escravizados eram colocados nessa condição por serem prisioneiros de guerra. Nesse novo modelo, contingentes imensos de seres humanos passaram a ser tratados como posses, sendo negociados livremente no Brasil Colônia e no Brasil Império e servindo ao propósito de acumulação primitiva de capital em território nacional.

Tivemos praticamente quatro séculos de escravidão. Ao longo desse período, de acordo com estimativas do IBGE, cerca de 4 milhões de africanos foram trazidos à força para o Brasil e foram submetidos a condições degradantes de vida, alimentação e trabalho. No trajeto entre o continente africano e o Novo Mundo, estima-se que 15% dos cativos pereciam em decorrência do cenário de precariedade e de doenças, como escorbuto, varíola, sífilis e sarampo. Em nosso território, tornou-se recorrente o banzo, nome que se dava ao sentimento de melancolia experimentado pelos escravizados em decorrência do afastamento da terra natal e do cenário desalentador em que estavam inseridos, sendo entendido como uma condição semelhante à depressão, que frequentemente levava à morte por causas indiretas ou pelo suicídio.

Com o objetivo de melhor controlar os escravos e impedir que se organizassem para debelar revoltas contra os senhores das fazendas, tipicamente eram reunidos indivíduos de etnias diferentes, de modo que a diferença de culturas e de idiomas fosse um entrave para a comunicação. Além disso, eram empregados castigos físicos brutais contra os escravizados, os quais eram impingidos com vasta gama de instrumentos de tortura e ao bel-prazer dos donos dos cativos, uma vez que, sendo os escravos encarados como posse e objeto, não havia qualquer limite para o que os senhores desejassem fazer.

Com a abolição da escravatura, em 1888, não houve nenhum tipo de esforço para integrar a população negra à sociedade de classes brasileira. Ao contrário, os ex-cativos foram marginalizados, sofrendo toda sorte de preconceito e privados de oportunidades de educação e trabalho. Em adição, o Brasil experimentou uma política eugenista de embranquecimento da população, segundo a qual os negros deveriam ser deliberadamente alijados enquanto se privilegiava a mão de obra branca europeia, cuja vinda ao país passou a ser incentivada pelo poder público. Nesse sentido, essa cruel instituição que durou tanto tempo no Brasil pode ser aludida para se referir a diversos temas relacionados à desigualdade e ao racismo no país, já que suas consequências, de caráter estrutural, continuam presentes entre nós.

  Exemplo:

 

Primeiramente, destaca-se que as desigualdades sociais afetam principalmente a população negra. Esse grupo étnico enfrentou quase quatro séculos de escravidão, em que não possuíam nenhum direito e eram tratados como mercadorias, fonte de lucro para os mercadores e mão de obra para os ricos. Posteriormente, na República Velha (1889-1930), surgiram as primeiras fábricas, e optou-se pela força de trabalho imigrante, colocando a população negra em trabalhos subalternos.  Dessa forma, esse passado explica a subcidadania na qual a maioria da população negra vive: discriminação, baixa remuneração e dificuldade de acessar o ensino superior.

Exemplo de alusão cinematográfica: o contador de histórias

O filme “O Contador de Histórias” trata de uma trajetória verdadeira: a de Roberto Carlos Ramos, conhecido mundo afora pela sua habilidade em entreter crianças com suas narrativas. Roberto nasceu em uma família muito pobre, em Belo Horizonte, e sua mãe tinha muitas dificuldades de cuidar dele e seus nove irmãos. Na época em que tinha seis anos, a matriarca da família, influenciada por propagandas na televisão, leva o menino para a FEBEM, a casa de recuperação de menores em atividade no Brasil na década de 1970. Embora fosse um ambiente hostil, sem profissionais adequados para lidar com crianças e adolescentes, a publicidade fazia as pessoas crerem que se tratava de uma instituição que oferecia educação de qualidade. Assim, uma mãe desesperada leva seu filho, na esperança de que se torne um “doutor”.

            De início, Roberto se adaptou das formas que pôde ao ambiente, mas foi rapidamente transferido para um lugar com regras mais rígidas e punições severas. Ele tinha TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), em uma época em que pouco se sabia sobre essa condição; por isso, os professores da FEBEM, despreparados para lidar com seu caso, não conseguiam ensinar a matéria ao pequeno. Sua atividade constante, em um ambiente semelhante a uma prisão, fez com que ele se tornasse extremamente irrequieto, o que era punido de formas terríveis pela administração. Aos poucos, aprendeu a fugir e acabou conhecendo o mundo dos pequenos crimes e das drogas – consta que fugiu mais de 100 vezes da instituição, sendo sempre preso novamente e castigado pelos seus atos.

            A vida de Roberto se transformou quando uma pedagoga francesa, chamada Margherit Duvas, visitou a casa de menores e direcionou particular atenção a ele, visto que era dado como “irrecuperável” pelos seus tutores. Duvas acabou adotando o menino e firmou uma relação, de início, bastante conflituosa, até acertarem seus laços. Ela o ensinou a ler e a escrever (em português e francês), conhecendo e respeitando a sua condição, e levou-o para França, onde teve oportunidade de estudar e se formar. Anos depois, de volta ao Brasil, Roberto Carlos Ramos especializou-se em educação e tornou-se escritor e contador de histórias infantis, sendo reconhecido mundialmente pela sua atividade.

            Essa história real é mote para pensar uma série de temas, como adoção, educação especial e menores infratores. Sobre este último, confira um parágrafo de introdução utilizando a história de Roberto como repertório:

            Exemplo:

O filme “O Contador de Histórias” trata de uma fascinante história real: durante o Regime Militar brasileiro, Roberto Carlos Ramos, então uma criança infratora, vivia entre fugas e internações em uma unidade de aprisionamento de menores. Seu caso era dado como irreparável, já que era reincidente em diversos delitos. Contudo, a adoção do menino por uma pedagoga deu a ele uma nova oportunidade, possibilitando que se tornasse, hoje, um dos mais famosos contadores de histórias do mundo e reconhecido escritor de narrativas infantis. Esse exemplo comprova a capacidade de recomeçar entre os mais jovens, ainda que tenham cometido transgressões. No Brasil hodierno, ainda é comum a presença de pequenos infratores, porém, diferente de Roberto Ramos, nem todos conseguem ser reinseridos na sociedade.

 

 

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