Escrevendo uma redação do zero para o ENEM: Os impactos do uso do celular nas escolas

A produção de streaming “Black Mirror” retrata em seus episódios uma série de impactos do uso das tecnologias no cotidiano dos indivíduos, dentre eles, o efeito do celular na vida escolar dos jovens. Fora da ficção, no Brasil, os estudantes sofrem danos equivalentes aos mencionados na série em sua rotina escolar devido ao acesso livre aos smartphones, principalmente no que se refere à socialização e ao desempenho.

De início, cabe destacar que o uso de aparelhos eletrônicos prejudica a qualidade das interações sociais. Nesse sentido, o filósofo Zygmunt Bauman alerta que as relações virtuais estão cada vez mais superficiais, sintoma do fenômeno que ele denominou “modernidade líquida”. Isso é intensificado pelo uso excessivo de smartphones nas escolas, o que inclusive fundamentou a lei que proíbe o uso de celulares nas instituições de ensino, pois a socialização entre os estudantes estava sendo reduzida pelo tempo de acesso às redes. 

Além disso, o rendimento e a concentração dos alunos também são impactados pelos dispositivos móveis. Sob tal prisma, o escritor Jonathan Haidt, na obra “A Geração Ansiosa”, revela que a utilização prolongada de aparelhos digitais dificulta ao aluno acompanhar a aula adequadamente. Ainda, a mera presença do aparelho, de acordo com pesquisa citada pelo autor, reduz o rendimento em testes cognitivos e amplia o sentimento de ansiedade na relação do aluno com o ambiente de aprendizagem. 

Portanto, pode-se perceber que os dispositivos móveis estão impactando tanto a socialização quanto o rendimento nas escolas. Então, para alterar essa realidade [EF], é necessário que as instituições de ensino [AG], públicas e privadas [DET1], desenvolvam espaços e métodos pedagógicos [AÇÃO], como salas de jogos e aulas ao ar livre [DET2], por meio de investimentos do Ministério da Educação [MEIO], com a finalidade de incentivar a inter-relação entre os alunos e a melhora do desempenho cognitivo [EF]. Assim, cenários como os vistos em “Black Mirror” permanecerão na ficção [DET3].