Se você está estudando para algum concurso organizado pela FUNDATEC, confira esta redação pronta sobre Banalização da Vida:
A canção “Construção”, composta por Chico Buarque de Holanda, narra a morte do trabalhador de uma construção, sinistro que é avaliado pelos transeuntes como um problema que atrapalha o tráfego e o público. Nesse sentido, o artista reflete sobre um traço da sociedade contemporânea: a banalização da vida. Essa mazela social se perpetua em virtude do parco espaço dado ao pensamento e à reflexão e pela incompreensão da grandeza inerente à vida de qualquer pessoa.
Em princípio, é relevante destacar o pensamento da filósofa alemã Hanna Arendt a respeito do tema. Conforme as suas reflexões, a “banalidade do mal”, estado em que a sociedade naturaliza a prática de agressões e de violência, se instaura quando o pensamento filosófico é invalidado em favor de uma perspectiva autoritária. Desse modo, trivializam-se perdas humanas em favor da obediência e em detrimento da liberdade, conforme na Alemanha nazista, cuja evolução a pensadora acompanhou.
Além disso, falta à sociedade atual a compreensão do valor imensurável da vida. Nesse sentido, o poeta brasileiro João Cabral de Melo Neto faz uma ode ao tema na obra “Morte e Vida Severina”, um poema narrativo cujo personagem principal se depara com a morte a todo momento, cogitando desistir da própria existência. Contudo, ao presenciar um nascimento e refletir sobre os futuros possíveis para cada ser, compreende que “não há maior espetáculo do que o espetáculo da vida”.
Portanto, é preciso que se mobilizem esforços para acabar com a banalização do que temos de mais importante. Cabe à mídia e às universidades promoverem discussões sobre o tema, para chamar a população à razão e à reflexão. Ademais, o governo pode organizar campanhas de valorização da vida, iniciativa aplicada há quase duas décadas na Finlândia e com excelentes resultados.