Nesta aula, o Mago da Redação fez um modelo de redação para o concurso do TRT-RJ sobre o tema: Tecnologias de Vigilância e a Segurança Pública.
Observe a estrutura empregada e como o repertório foi selecionado e desenvolvido.
Redação pronta sobre Tecnologias de Vigilância e Segurança Pública
George Orwell, em seu livro “1984”, explora os limites da vigilância que o Estado pode promover sobre sua população, demonstrando como o controle pode ser opressivo e autoritário. Fora da ficção, o uso de tecnologias para vigiar a população está associado a benefícios para a segurança pública, embora também apresente problemas.
De fato, o emprego de ferramentas modernas contribui para a identificação de criminosos e a coibição de crimes. A exemplo disso, pode-se citar o uso de câmeras associadas a serviços de mapeamento facial e comparação com bancos de dados contendo imagens de procurados pela justiça. Além disso, a presença generalizada desses aparatos cria uma sensação de constante vigilância, um elemento da “sociedade controle”, descrita pelo filósofo Deleuze. Como consequência, pretende-se inibir a iniciativa transgressora.
Contudo, as mesmas tecnologias podem gerar problemas graves e não evidentes à primeira vista. Ainda que haja índice significativo de eficácia no uso de câmeras para identificar procurados, estudo do MIT demonstrou que tais aparatos erravam em cerca de um terço das ocorrências envolvendo pessoas negras, resultando em prisões e constrangimentos de inocentes. Isso é resultado do chamado “racismo estrutural”, conceito amplamente utilizado nas ciências sociais no que se refere às marcas da desigualdade racial presentes nas estruturas da sociedade, incluindo, por exemplo, os bancos de imagens usados para treinar os sistemas de monitoramento.
Portanto, entende-se o uso de tecnologias na segurança pública como fundamental para melhorar a eficácia do provimento desse direito. Entretanto, não se pode deixar de lado os problemas e as limitações dessas ferramentas, a fim de afastar o cenário de autoritarismo descrito por Orwell em “1984”.