Modelo de Redação
Tema: Tempos Vivos da História
Autoria: Anderson
Nota: 10/10 no TRT 18 – 2023
Banca FCC
A reprodução desta redação sem o consentimento prévio é terminantemente proibida.
Introdução
Na clássica obra cinematográfica do cinema mudo “Tempos Modernos, o ator e diretor Charles Chaplin já denunciava as mazelas trazidas pela Revolução Industrial, mostrando que, por trás de todo o desenvolvimento tecnológico, havia um imenso custo social – nesse caso, refletido principalmente na superexploração dos trabalhadores. Isso evidencia que, por mais que o progresso permita o alcance de inúmeras vantagens e benefícios, ele não deve ser buscado de forma irrestrita, sob o risco de comprometer o próprio desenvolvimento social em outros âmbitos, o que pode ser percebido a partir de um olhar histórico sobre a questão.
Argumento I
Em primeira análise, tem-se que a noção de progresso é intrínseca à sociedade atual pelo fato de o mundo inteiro ser majoritariamente regido pelos ditames do modo de produção capitalista. Era nesse sentido, porém, que o sociólogo Karl Marx apontava que a sociedade capitalista era suscetível ao colapso e, de modo geral, insustentável: pois o próprio capitalismo permanecia criando novas necessidades sociais para que o desenvolvimento continuasse acontecendo, de modo a supri-las, mas esse ciclo não tinha condições de manter-se para sempre. Prova disso é o progressivo esgotamento dos recursos naturais que vem ocorrendo nas últimas décadas, bem como os profundos impactos ambientais causados principalmente pelos avanços industriais.
Argumento 2
Tal cenário coaduna-se com o que Ulrich Beck fala a respeito de atualmente viver-se em uma “sociedade do risco”, sendo que muitos desses riscos são criados pela própria humanidade. Assim, hoje em dia lida-se com o superaquecimento do planeta, a extinção de espécies, entre outros desequilíbrios naturais decorrentes do avanço capitalista e que podem comprometer o desenvolvimento e até a própria existência de gerações futuras. Trata-se, ainda, de uma realidade alinhada com o hiperindividualismo que permeia a hipermodernidade, conforme o que preceitua Gilles Lipovetsky, de modo que se busca o progresso incessante e irrestritamente, sem ter em vista suas consequências mais amplas e duradouras.
Argumento 3
Colocando o passado histórico em perspectiva, é possível perceber, na verdade, que essa noção de hiperindividualidade sempre esteve atrelada à própria ideia de desenvolvimento. Um exemplo disso é que foi sob a bandeira do progresso e de disseminação da “civilização” que os povos colonizadores praticamente dizimaram as populações indígenas que habitavam as Américas. Destarte, o progresso mostra tendências históricas de trazer consequências nefastas acompanhadas de seus avanços, pelo fato de ser, a maioria das vezes, realizado de maneira desmedida.
Conclusão
Há de se preconizar, portanto, um ideal de desenvolvimento mais sustentável, que permita o aperfeiçoamento da sociedade sem comprometer a existência das gerações que estão por vir e, ainda, procurando minimizar os efeitos já suscitados ao longo da história, em decorrência desse progresso irrestrito. Com isso, pode-se agir em prol da promoção do que Ulrich Beck chama de cidadania global, tendo em perspectiva um comprometimento social para com a humanidade como um todo, permitindo assim o desenvolvimento de modo equilibrado.
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