Um dos temas de redação mais quentes para a UERJ 2025, sem dúvida, é a loucura.
O Mago da redação fez uma aula especial sobre a “loucura em Hamlet” e um modelo de redação no capricho sobre essa temática.
Confira a seguir:
Aula: a loucura em Hamlet
Redação pronta sobre A Loucura em Hamlet para o vestibular da UERJ
Tema: Em uma sociedade com tantos problemas sociais e existenciais, a loucura seria uma saída?
Título: Um grito de liberdade!
As pessoas, geralmente, são confrontadas a encarar dilemas sociais e existenciais, colocando em xeque, em muitas situações da vida, se a razão é o caminho para compreender e superar tais problemas. Nesse sentido, quando a realidade parece caótica, a loucura pode ser uma fuga e um grito de liberdade.
Na peça Hamlet, de Shakespeare, o protagonista finge estar louco para sobreviver à corrupção e ao jogo de poder que o cerca. No entanto, sua “loucura” se confunde com a verdade crua que ele enxerga — uma verdade que os outros recusam. O fingimento inicial torna-se uma forma de revelar o absurdo da realidade. Assim, Hamlet ilustra como a loucura pode ser tanto uma estratégia quanto um reflexo da lucidez diante do insuportável. Em um mundo desajustado, o que parece insano pode, na verdade, ser o único modo de sobreviver.
Nessa perspectiva, outro autor renascentista, Erasmo de Roterdã, em Elogio da Loucura, provoca o leitor ao exaltar as virtudes da insensatez. Para ele, a loucura é libertadora: rompe com os dogmas da razão e da moral, expondo o ridículo da vaidade humana. Nesse mesmo caminho de reflexão, é impossível deixar de lado as reflexões do filósofo Foucault, o qual mostra que a loucura é uma construção histórica e serve para excluir os indesejados – o rei Cláudio fez de tudo para isolar Hamlet do reino da Dinamarca, enviando-o para a Inglaterra. Ou seja, aquilo que chamamos de “loucura” pode ser apenas uma forma de viver diferente daquilo que é considerado normal.
Portanto, mais do que uma fuga, a loucura pode ser compreendida como resistência aos ditames da realidade. Não se trata de romantizar o sofrimento psíquico, mas de reconhecer que, diante de um mundo adoecido, questionar a razão dominante pode ser um ato de lucidez.