Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça, é esta redação sobre Laços Afetivos…ah, eu vou treiná-la…
Infelizmente, estamos perdendo características fundamentais nas nossas relações sociais: a empatia, o afeto e o diálogo. Alguns dizem que isso tudo tem a ver com o mundo virtual, será?
Se você for astuto a la Maquiavel, perceberá que há uma alusão literária a partir da obra “O Pequeno Príncipe” no modelo de redação sobre Laços Afetivos 😉
Modelo de Redação sobre Laços Afetivos
“Se tu me cativas, serás
para mim único no mundo e serei para ti única no mundo”. Com essa frase, a
personagem raposa da obra “O Pequeno Príncipe”, clássico de Saint-Exupéry,
mostra ao personagem principal a importância da constituição de laços afetivos
profundos. Entretanto, por mais que o livro tenha gerado sensível impacto na
cultura, suas lições parecem esquecidas na contemporaneidade, já que a
sociedade experimenta um processo de fragilização das relações, potencializado
pela emersão das redes sociais.
De início, é relevante destacar que a sociedade atual
passa por fragmentação e fragilização dos laços sociais. A esse processo, o
sociólogo Bauman chamou de “Modernidade Líquida”, na qual há uma valorização
excessiva do individualismo, de modo que cada sujeito se preocupa apenas com as
próprias demandas e resiste a construir relações que não sejam pautadas em
interesse. Nesse sentido, um triste exemplo dessa realidade foi a descoberta,
em março de 2023, no Reino Unido, do corpo de um idoso falecido em casa seis
anos antes, o qual não foi buscado ou lembrado por familiares e amigos.
Além disso, outro fator determinante para o
recrudescimento das relações interpessoais é a emersão das redes sociais.
Nesses ambientes, de acordo com o psicólogo Daniel Goleman, impera a
ciberdesinibição, cenário em que os indivíduos se sentem protegidos pela
distância e pelo anonimato para se relacionar com outrem. Ocorre, contudo, que
essa desinibição retira das pessoas o interesse pelos encontros face a face,
nos quais há maior imprevisibilidade, resultando no agravamento da dificuldade
de relacionamento. Prova disso é a conclusão de uma pesquisa encomendada pela
Motorola, segundo a qual 49% dos jovens brasileiros consideram o celular o seu
melhor amigo, deflagrando o estado precário dos laços afetivos atuais.
Portanto, é evidente que a sociedade contemporânea deixou
de lado as lições descritas por Exupéry no diálogo entre o personagem
principal, o Pequeno Príncipe, e a raposa. Ao contrário do processo de
“cativar” descrito no livro, as pessoas têm se encerrado em si mesmas e
dedicado maior tempo e atenção à vida virtual do que aos relacionamentos
interpessoais.