Linchamento: o uso da violência para resolver conflitos. Sem dúvidas, este é o tema mais potencial de redação do 1º semestre de 2022.
Fica nossa singela homenagem a Moise: homem negro, congolês e morto a pauladas no Brasil.
No
livro “Linchamentos: a justiça popular no Brasil”, há um dado impactante: mais
de 1 milhão de brasileiros, nos últimos 60 anos, participaram de atos de
violência extrema. Essa constatação mostra que o cidadão do país incorporou a
cultura da violência para resolver conflitos cotidianos e que o mito de homem
cordial escamoteia as violências na sociedade brasileira.
De
início, cabe salientar que, em vez de procurar formas institucionais ou
dialógicas para resolver conflitos, o brasileiro prefere usar o comportamento
agressivo. Nesse sentido, o nosso passado autoritário (escravocrata,
oligárquico e ditatorial) gerou relações mediadas pela violência, o que pode
ser observado na violência doméstica, em conflitos de trânsito e nos linchamentos.
A exemplo disso, recentemente, o vendedor congolês Moise foi espancado a
pauladas por três pessoas até a morte porque cobrou a diária de seu pagamento.
Além
disso, o mito de que o brasileiro é cordial, não violento, esconde o
comportamento agressivo. De acordo com a filósofa Marilena Chauí, a violência é
o oposto da ética, porque, além de desumanizar o agressor e a vítima, rompe com
o princípio mais básico das relações sociais: a dignidade humana. Portanto,
esse mito de que o brasileiro é generoso e pacífico naturaliza e banaliza o
mal.
Portanto,
faz-se necessário desnaturalizar o mito de homem cordial e gerar processos
educativos para enfrentar a cultura da violência, incentivando os indivíduos a resolverem
os seus conflitos por meio das instituições, e não por atos brutais como o
linchamento.
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Muito bom o texto, professor, estou lendo cada um deles, e cada vez mais me inspirando para elaborar os meus.