O tema Proteção de Crianças e Adolescentes é quentíssimo para concursos da área policial e de defesa de direitos, a exemplo dos concursos de Ministério Público.
Fizemos uma aula especial “Escrevendo uma redação do zero” e a partir dela surgiu esta redação *ver a seguir).
Lembrando que é proibida a reprodução do texto sem o consentimento do Prof. Raphael Reis
O modelo de redação não é para ser decorado, e sim servir como instrumento pedagógico para que o aluno possa observar a estrutura e como o repertório foi selecionado e desenvolvido.
Ao todo, o Disque 100 recebeu 176 denúncias de tráfico interno — dentro do país —, e 79 de tráfico internacional, sendo 86 meninas (até 18 anos) e 64 mulheres (58,8% do total de denúncias), e 17 meninos e 10 homens (50,19% do total). Desses números, há prevalência na modalidade exploração sexual (83), adoção ilegal (43), e trabalho em condições análogas a de escravo (23). Considerada a terceira maior atividade ilícita do mundo, perdendo apenas para tráfico de drogas e o de armas, o tráfico de pessoas é quando a vítima é agenciada, aliciada, recrutada, transportada, transferida, comprada, alojada ou acolhida mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso.
Fonte: https://www.uol.com.br/universa
Coloque a sua opinião sobre o porquê de crianças e adolescentes serem vítimas de tantas violências no Brasil. Quais seriam os possíveis caminhos para garantir a proteção integral?
Em “Capitães da Areia”, Jorge Amado retrata a vida de menores negligenciados e sujeitos à violência nas ruas de Salvador. Quase um século depois, esse cenário ficcional permanece presente na realidade brasileira. Sob esse viés, o desrespeito aos direitos de menores decorre das desigualdades do país, que infelizmente não possui as políticas públicas mais adequadas.
Em primeira análise, é importante salientar que o Brasil é um país de múltiplas desigualdades sociais, o que interfere na violência contra crianças e adolescentes. Nesse sentido, a pesquisa Atlas da Violência revela que as agressões relacionadas à fase infanto-juvenil atingem sobretudo grupos vulneráveis, a exemplo de menores pretos e pobres. Ademais, tal grupo é denominado pelo sociólogo Jessé Souza “ralé brasileira”: pessoas que se encontram na subcidadania, sem acesso aos seus direitos.
Além disso, cabe ressaltar que as políticas públicas de proteção a crianças e adolescentes são ineficientes, uma vez que os dados mostram uma violência crescente. Nessa perspectiva, os dispositivos de proteção integral do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) não estão sendo respeitados. Dessa forma, o Estado deve fortalecer com investimentos os órgãos de proteção, a exemplo dos conselhos tutelares, dos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) e do Ministério Público.
Portanto, em um país repleto de desigualdades, há a perpetuação histórica de violências contra jovens. Assim, é necessário políticas públicas e fiscalização por parte do Estado para que não se reproduza a história de “Capitães da Areia” e que se coloquem em prática as ações estabelecidas pelo ECA.
É proibida a reprodução desta redação sem o consentimento do Prof. Raphael Reis