Realizado em 2010, o documentário “Lixo extraordinário” se inscreve, justamente, nesse híbrido entre experimentação e engajamento. A ideia inicial de Muniz era produzir retratos de catadores de materiais recicláveis no maior aterro sanitário do mundo, localizado em Jardim Gramacho, no município de Duque de Caxias, Rio de Janeiro.
Contudo, na medida em que trava contato com a realidade desumana de suas condições de trabalho, o artista desloca o seu interesse para o conjunto de problemas concernentes à produção e destinação do lixo na sociedade brasileira. Premiado em inúmeros festivais e candidato ao Oscar de melhor documentário, o filme nos permite refletir sobre nossos hábitos de consumo, acerca da destinação que damos ao lixo e em que medida podemos adotar práticas sustentáveis em nossa vida cotidiana.
Exemplo: Em primeira análise, é evidente que não há o devido cumprimento dos direitos dos cidadãos no que concerne à coleta e à gestão do lixo no Brasil. Nesse viés, embora haja uma lei promulgada em 2010 que regula o gerenciamento de resíduos sólidos no Brasil, o que se constata, ainda, é a realidade documentada por Vik Muniz, em Lixo extraordinário: precariedade no processo de coleta seletiva, falta de investimento em galpões de reciclagem e desumanidade das condições de trabalho dos catadores
